quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Nasce uma mãe

Para inaugurar esse nosso papo de mães, me apresento, como toda mãe que se preze: sou a Luciane, mãe do Rodrigo, um menino maravilhoso que acabou de completar sete anos.
E começo a conversa lembrando uma frase que li ou ouvi, não sei mais, que me marcou muito: na hora do parto, não nasce apenas um bebê. Nasce também uma mãe. O nascimento dessa mãe é fundamental para a vida do bebê. E vice-versa.
Por mais que a gente tenha se informado sobre todas as transformações, tudo o que acontece quando a gente tem um filho, a experiência é única e totalmente pessoal. Por isso, intransferível e, por vezes, inexplicável. E, sem sombra de dúvida, a melhor, mais completa e gratificante de todas as experiências por que já passei, quer dizer, estou passando.
A mãe que nasce na hora do parto é um ser desconhecido até para a mulher que até ali não era mãe. E mesmo quando nasce o segundo, o terceiro e os demais filhos, me parece (sou mãe de um filho só, por isso não tenho certeza...) que nascem outras mães também, porque cada filho, por ser único e especial, vai exigir que a mãe que já existe se transforme ao menos um pouquinho.
Por nascer junto com o filho, a mãe experimenta o mundo novo junto com ele. São tantas as adaptações que o processo se prolonga para o resto da vida. Costumo dizer que o bebê exige trabalho braçal e provoca cansaço físico. Quando os filhos vão crescendo, estão assim como o Rodrigo na faixa dos sete anos, o trabalho da mãe é todo no gogó. Eu, por exemplo, vivo rouca. Repito as mesmas frases umas dez, quinze vezes por dia. Nenhuma criatividade, só repetição mesmo. E na adolescência... bom, por enquanto é melhor pular essa parte. Ainda não me preparei para encarar essa batalha.
A nova história que começa a ser escrita quando nascem o bebê e a mãe é única. Mas há coisas nessa relação que são universais. E uma delas é que os personagens dessa história são de tal forma fundamentais na vida um do outro que passarão a influenciar todos os aspectos da existência de ambos.
A gente vai ter chance de falar aqui sobre as mudanças que acontecem na vida de uma mulh er quando ela vira mãe. Também podemos falar sobre o que a mãe representa na vida dos filhos, de como temos que nos fortalecer para fazê-los fortes, endurecer para fazê-los firmes, dar colo, amor, aconchego e carinho para fazê-los seguros e confiantes.
Mas para todos esses assuntos, teremos tempo e espaço. Hoje, só queria pensar com todas as mães numa coisa: em como é necessário a gente se reinventar como pessoa para conseguir dar conta da mais bela e árdua tarefa que Deus nos deu: sermos mães.
E essa nova pessoa que parimos junto como nossos bebês deve ser uma versão melhor de nós mesmas: mais completa, mais corajosa, mais guerreira, mais compreensiva, mais paciente. E cada vez mais sábia.
Essa primeira conversa, então, é um chamado às mães para a luta: vamos lutar para sermos melhores? Vamos fazer pós-graduação, terapia, vamos malhar, fazer caridade, política, estudar, trabalhar, conhecer mais lugares e mais pessoas! Vamos ser mais preparadas e mais adequadas para educarmos nossos meninos e meninas para o amanhã. Por nós mesmas e por eles...






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