sábado, 1 de novembro de 2008

Nada como um dia e uma noite no meio

Quando a Bia me convidou para escrever um artigo, pensei: Falar o que? O universo de mãe já é tão explorado e tanta gente fala sobre isso... Mas depois, pensei bem e vi que apesar, de nós mães, termos estórias parecidíssimas, com situações que nos deixam em pânico ou sem ter palavras para contornar uma situação, cada criança é única e cada experiência também.
Ser mãe, sempre foi meu sonho e sempre quis ter 6 filhos (agora entendo porque meus namorados terminavam comigo quando aparecia a estória de filhos...rs), mas o tempo foi passando e a minha vida foi tomando outro rumo, meu desejo de viajar, morar fora, trabalhar, casar e aproveitar o máximo o meu casamento e meu marido, sem hora para acordar nos finais de semana, sem responsabilidade de ter hora e local para comer, de poder comer uma coxinha e um refrigerante de almoço ou quem sabe, pegar o carro num sábado à noite e viajar do Rio para Penedo somente para comer um truta e passar uma noite fora de casa. Durante 6 anos de casamento essa foi minha rotina e ela acabou ficando no lugar dos outros 5 filhos que queria. Aos 38 anos fiquei grávida e muito feliz. Não estava planejando ainda e aconteceu. Então, como toda mãe de primeira viagem, fiquei extremamente feliz e apreensiva com uma série de coisas que quando temos 20 e poucos anos não nos preocupamos. Mas para a alegria geral chegou Júlia, pesando 2.750 Kg e com 47 cm. Foi meu presente de natal no ano de 2004 e sempre faço uma analogia que parece meio boba, mas funciona para mim: “Filho é igual a celular, vivemos anos sem ter e nem notar a sua falta, mas depois que temos não sabemos e nem conseguimos viver sem ele e nem sabemos como passamos tanto tempo sem tê-los”.
É uma grande benção embalar em nossos braços um filho(a), saudável e que de repente, coloca a sua vida de pernas para o ar mas ainda assim descobrimos em tão pouco tempo como tínhamos tanto amor para dar a uma coisinha que te tira o sono, te suga todas as energias (literalmente) e ainda entra no meio de seu casamento e você tem que se adaptar a esse triângulo que se forma.
Minha vida mudou muuuito, algumas coisas para melhor e outras não, mas quando coloco tudo na balança, vejo que tenho muito mais coisas positivas nessa nova jornada do que negativas. Ser mãe, é padecer no paraíso??? Não, você padece em casa mesmo, mas é tudo por uma boa causa e quando olha seu filho(a) dormindo, um sono de anjo, ou quando acorda e vê logo cedo aquela carinha amassada com o hálito de baba dizendo que te ama e dando um abraço apertado e um beijo molhado na bochecha você olha pra cima e diz para Deus: Você pode vir com tudo pra cima de mim que dou conta, e sem medo!
Continuo achando o universo das mães muito explorado, mas agora que faço parte desse mundo, creio que 90% dele a gente só começa a conhecer depois que nos tornamos mães e aprendemos, a cada dia, mais do que ensinamos aos nossos filhos.
Então, bem vinda a “esse mundo” de noite mal dormidas, fraldas, melecas etc, mas também com inúmeras alegrias, coisas fofas e engraçadas que passamos com esses pimpolhos....

Liliane

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