sábado, 29 de novembro de 2008

AMOR MATERNO E PACIÊNCIA


"Dani, vai que você consegue!"
"Não tô conseguindo, mamãe!..."
"Dani, olha só, é igual você fez na linha de cima; você sooooobe com o lápis, volta e vem desceeeeeendo..."
Dani começa a chorar.

Ninguém me garantiu na maternidade que educar, ajudar, apoiar e ter PACIÊNCIA com filho seria fácil.

Daniel tem 4 anos e dez meses quase, está na escola, mas um pouco defasado dos colegas de classe dele. Acho que é a primeira vez que deixo público isso, mesmo porque nem é tãããão importante assim, mas o Dani tem um pequena disrritmia cerebral e distúrbio de déficit de atenção.

Isso causa uma certa dificuldade na fala (que está sendo muito bem tratada com acompanhamento fonoaudiológico) e na coordenação motora, fora algumas outras coisinhas que no dia-a-dia aparecem: ele esquece muito rápido de algumas coisas que falamos a ele, às vezes parece que tá no mundo da Lua (kkkkk...) e etc.

Já fizemos exames, ele toma um medicamentosinho e vamos levando.

Eu já disse aqui que nunca pensei em ter filhos, por que sou meio egoísta com meu tempo, com minhas coisas; preciso de sossego pra pensar, pra curtir etc. E também porque paciência não é meu forte.

Mas DEUS é sábio néam, e me dá 4 filhos pra que eu possa corrigir essas minhas imperfeições...

Pra você ter uma idéia, estou digitando e dizendo pro Daniel que daqui a pouco eu ligo a TV no desenho, tirando a mão dele da gaveta, olhando o Artur pra ver se a traquinagem não tá muito grande; já levantei pra limpar bumbum e arrumar um pãozinho pra eles, fora ir ver o carrinho que o Dani enfiou num buraco do muro da área e ele quer que eu tire de lá. E não estou uma pilha. Viu?
E agora eles estão disputando um brinquedo.
E Artur já puxou o fio do computador, desligou tudo, graças a Deus o rascunho tava salvando automaticamente...

Bem, mas esse post surgiu do final da história que abriu meu texto.

Depois de ter feito a tarefa de casa (ele muuuito chateado porque realmente não estava conseguindo, e eu também, meio triste e meio impaciente), ele pintou um desenho da tarefa também, meio de má vontade, e correu deitar no sofá da sala.

Quando eu vejo, ele está chorando.

Sento do lado dele e pergunto: "Por que você tá chorando, meu amor?..."

"Porque eu não consigo fazer... Porque você ficou brava comigo..."

Meu coração ficou pequenininho.

Sentei o menino no meu colo e disse: "Dani, mamãe não ficou brava contigo; mamãe só estava te ajudando na tarefa... E você consegue sim; você consegue tudo o que você quiser! O desenho que você pintou ficou LINDO!!! E olha, mamãe vai estar sempre pertinho pra te ajudar, tá bem?"

Ele se animou, arregalou os olhinhos quando disse que o desenho tava lindo e deu um sorriso.

Aí eu sugeri vermos um desenho, e é o que ele adora.

Quando sentei pra escolher o canal, ele se sentou do meu lado, me abraçou e disse: "Você é minha mamãe!"

Aff, morri!!! Tudo, tudo , TUDO vale a pena; todo o nervoso, a impaciência, o repetir várias vezes a mesma coisa, tudo vale a pena, só por esse abraço e essa frase que saiu de um coração tão sincero!...

Mil vezes agradeço a Deus por ter feito da minha vida o que ele quis, e não o que egoísmo queria!...

Beatriz

2 comentários:

Pandora disse...

Beatriz, preciso te dar os parabéns pelos seus textos (sempre com assunto interessante e uma delícia de ler... você tem o dom da palavra, menina!) mas sobretudo, parabéns pela sua vida! Quando estou à beira de um ataque de nervos com o Rodrigo (único), lembro você com os seus quatro e fico mais calma! Você é dez! Por isso que foi escolhida para ser mãe de tantos... continue ensinando a gente, tá? Um grande beijo, Luciane.

Bia, Desperate Housewife disse...

Lu, obrigada pelo carinho viu??? Os meninos me deixam looouca de pedra mesmo, mas eu amo amo amo!!!
Beijos em vc e no Rodrigo!